A ideia é só o começo

EngrenagemMuitas empresas têm tentado alterar o seu “modus operandi” e até a estrutura da organização visando acelerar a inovação. Mas ao fazê-lo, elas parecem preferir centrar as mudanças principalmente na criatividade – a geração de ideias -, dando pouca atenção para a execução – converter as ideias em resultados. Realmente, várias pesquisas têm demonstrado que os executivos acreditam firmemente que suas empresas são muito melhores na geração de boas ideias do que em definir o que fazer com elas. Eles geralmente dão uma nota de pelo menos 5 ou 6 para a geração de ideias e 1 ou 2 para a execução, havendo então um vácuo entre as aspirações para inovar e o quanto eles acreditam na capacidade organizacional de fazer as ideias acontecer.

Se pensarmos então na capacidade de uma organização para inovar como o produto da criatividade e da execução (dizemos “produto” e não “soma”, porque se a criatividade ou a execução fosse zero, a capacidade de inovação seria também zero), fazendo uma conta rápida, seria muito melhor dobrar a nota em execução (de 1 para 2, por exemplo) do que aumentar a sua pontuação em criatividade (de 6 para 7, digamos).

No entanto, a maioria das empresas, na esperança de melhorar a capacidade de inovação, tende a manter o foco na geração de ideias. Os gestores parecem obsessivos com o início do processo de inovação. Mas a verdadeira vantagem estaria na etapa final: na execução!

Curiosamente, esta é claramente uma discussão antiga: o que é mais importante – uma grande estratégia ou uma grande execução? No contexto da inovação, defender a fase de implementação faz muito mais sentido, até porque uma das maneiras de fazer uma ideia evoluir e tomar corpo é fazer prototipagens rápidas, testando, mudando e re-testando o que está sendo criado.

O valor da estratégia (ou o valor de uma ideia inovadora ) é limitado, simplesmente porque ainda é especulativo e tem uma boa dose de incerteza. Mesmo um bem elaborado plano de negócios voltado para inovação normalmente inclui várias suposições.

Assim, não é a ideia que conta apenas, é o que você faz com ela. Não cansamos de insistir: inovação é nova ação. A ideia é só o começo.