Coisas boas demais e a morte pelo excesso

into the bombsÉ possível promover inovações em excesso? É bom não se deixar levar pela expressão frequentemente usada que exorta “inovar ou morrer”.

Os defensores da expressão acreditam piamente que doses maciças de inovações radicais são indispensáveis à sobrevivência de qualquer empreendimento. Mas espere um momento: seria a inovação radical verdadeiramente necessária para a sobrevivência de todos os tipos de organizações em todos os momentos?

A ausência de inovação, especialmente a inovação radical, é algo que pode realmente conduzir um empreendimento ao fracasso. Há, porém, o outro lado: investir em inovação radical no momento errado ou exagerar na dose pode ser quase tão fatídico quanto não inovar. Em outras palavras, é possível “inovar e morrer” ao se correr riscos inadequados e ao lançar mão de uma estratégia não apropriada.

Existe ainda um outro risco quando se leva a expressão “inovar ou morrer” às últimas consequências. Quando há ideias inovadoras demais para serem processadas, as empresas acabam não avaliando-as criteriosamente para decidir aquelas que deveriam seguir em frente. Confundidas pelo excesso, as empresas tendem a adotar iniciativas em demasiado, especialmente os tipos inadequados de inovação, e desperdiçam os seus investimentos.

Dito isso, ter inovação em “excesso” ou uma possível escolha inadequada do tipo a buscar não podem se tornar desculpas para se continuar fazendo o mais do mesmo. Ao final, uma estratégia de inovação claramente definida pode promover as mudanças desejadas. E mesmo ela necessita de ajustes ao longo do tempo, já que fatores internos e externos, em constante mudança, afetam a escolha da estratégia e a sua execução.

Agora, o motivo pelo qual a inovação radical é tão importante não é porque a ideia deva ser radical só para ser radical.É porque, quando se procuram evidências, descobre-se que é a inovação radical que cria mais riqueza. É simples assim. Ainda assim, cabe a pergunta: essa mudança radical vai realmente trazer uma diferença importante para o cliente? E isso gera mais riqueza? Ou, de outra maneira, há uma boa razão comercial para – usando a expressão – radicalizarmos? E se há, ela é boa?

Para pensar radicalmente…