Os desafios da Copa da Inovação
A edição 1068 da Revista Exame dessa quinzena (09/07/14) traz como reportagem de capa “A Fábrica do Futuro”, alertando para a nova Revolução Industrial que já está em curso, através do uso de robôs, digitalização e muita inovação, e perguntando: será que as empresas brasileiras vão conseguir entrar nessa nova era?
Segundo a reportagem, que cita pesquisadores do MIT, as três forças que movem essa revolução são: progresso tecnológico, digitalização sem fronteiras e novas frentes de inovação.
Desse modo, não se trata mais de competir em custos. O fenômeno China ainda continua a ser “a fábrica do mundo”, porém ter o trabalhador mais barato poderá importar pouco nesse novo mundo tecnológico. O conhecimento torna-se o substituto automático de vários fatores de produção e os melhores cérebros fazem a diferença.
Nesse “País da Copa”, muda a natureza do desafio. Mesmo que, numa visão bem otimista, conseguíssemos enfrentar o “custo Brasil” – algo muito otimista – não há como competirmos nessa seara.
De acordo com o artigo da revista, os países mais bem-sucedidos procuram abandonar os setores baseados em mão-de-obra barata e migram para os mais sofisticados, nos quais o importante é inovação e conhecimento. Nós não construímos uma economia competitiva e ainda não temos a cultura de inovação para abraçar a nova era das máquinas.
Criar esse novo ambiente torna-se cada vez mais urgente e a combinação de educação, apoio à ciência e desenvolvimento tecnológico e estímulos para o empreendedorismo é o caminho.
Porém, em nossa visão, “educar” não é apenas formar um profissional qualificado, é formar um ser humano qualificado, com pensamento crítico e trabalhando temas transversais e multidisciplinares como, por exemplo, a ecologia ou sustentabilidade. E talvez não exista um tema tão necessário e, ao mesmo tempo, propício para o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao pensar e à criação, quanto o da inovação, para o qual seria fantástico termos uma “Copa” permanente: a Copa da Inovação, na qual deveríamos buscar sermos também respeitados campeões.